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Thursday, August 18, 2011


Ao amigo Zé do Passo
Gilson Silva

Não vejo mais o seu rosto
Enfeitando a luarada
No pezinho de estrada
Com os olhinhos dispostos
A desfilar com gosto
De janeiro a janeiro
Com aquele riso maneiro
Que contagiava a gente,
Com aquele passo plangente
Feito na medida certa
Como uma boa oferta
Dos deuses do encantamento
Com aquele seu talento
Que servia como alerta.

Procuro nas ruas estreitas
Aonde a vista se espreita
Procurando o seu jeito
Com um aperto no peito
De saudade malfeita
Assim tão suspeita
Entronxando o rosto
De um punhado de agosto
Temperando o desgosto
Que  a maldade deleita
Causando em nós desfeita.
Assim por debaixo dos panos
No oitavo mês do ano
Eita maldade má feita!

Morreu um homem brincante,
Morreu brincando com a vida,
Morreu na triste partida
Na ida pra mais uma chegada
A onde debruça a jornada
De um herói assim não vencido.
Numa rua assim esquecido
Plainou um corpo na estrada
Foi jogo surjo, não digo
De um homem que joga limpo
Foi logo por ele colhido
Levado ligeiro pro Olimpo
Pra ficar como amigo.
Morrer, eu sei que não vai
Viver, eu sei que duvido,
Terá mais carnavais
Que nós das lembranças com sigo.

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